ANÁLISE DIALÓGICA DA REVISTA CAPRICHO: considerações sobre a menina/jovem negra

  • Gabriela Cristina da Silva Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara.
  • Marina Célia Mendonça Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara. https://orcid.org/0000-0002-5712-2346

Resumo

A intenção deste trabalho é analisar dialogicamente a representação da menina negra na revista Capricho impressa – revista feminina voltada para o público juvenil - a partir dos postulados de Bakhtin e do Círculo, bem como a partir de trabalhos a eles relacionados. Para tal, alguns conceitos são imprescindíveis, pois estão na base da pesquisa; dentre eles diálogo, enunciado concreto, gênero do discurso, ideologia, enunciado verbo-visual, tema e significação, alteridade e subjetividade. Assim, os objetivos gerais do trabalho são investigar a incorporação dos temas relacionados à negritude, enquanto os específicos consistem em investigar a ocorrência e configuração da representação da menina/jovem negra. Para compor o corpus, foram escolhidos aleatoriamente seis periódicos dentro do período temporal estabelecido, o qual compreende os anos de 2012 a 2014. A partir dos já mencionados conceitos bakhtinianos, os dados levantados são analisados de forma interpretativa e qualitativa, através do cotejamento de textos. Desse modo, é possível perceber que a revista possui um discurso autoritário em relação à beleza, o qual se pauta em um padrão restrito e que exclui diferentes tipos de beleza, incluindo a negra.

Biografia do Autor

Gabriela Cristina da Silva, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara.
Graduada em Letras pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", na Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara e mestranda no Programa de Pós-Graduação em Linguística e Língua Portuguesa, da FCLAr. Ao longo da graduação, desenvolveu pesquisa de Iniciação Científica sobre a representação da jovem/adolescente negra na revista Capricho, inserida na Análise do Discurso do Círculo de Bakhtin, e, no mestrado, dá continuidade a essa pesquisa, expandindo-a. Além disso, foi professora bolsista de Gramática no CUCA e, em seguida, bolsista PIBIC. Atualmente, trabalha como corretora de redação no SEB COC, em Ribeirão Preto, e como professora de Língua Portuguesa e Produção de Texto, no Colégio Eleve, na mesma cidade.
Marina Célia Mendonça, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara.
Pós-doutorado (2018-2019), Doutorado (2002-2006) e Mestrado (1993-1995) em Linguística pela UNICAMP (Campinas-SP). Graduação em Letras pela UNICAMP. Docente e pesquisadora do Departamento de Linguística, Literatura e Letras Clássicas da UNESP (FCL/Araraquara-SP), onde atua na graduação e pós-graduação na área da Análise Dialógica do Discurso. Foi coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Linguística e Língua Portuguesa da UNESP-Araraquara no quadriênio 2013-2016. É vice-líder do grupo de pesquisa SLOVO - Grupo de Estudos do Discurso (CNPq). Foi coordenadora do Programa do PIBID de Língua Portuguesa, vinculado ao curso de Letras da Unesp de Araraquara-SP (2020-2022). Tem interesse nos estudos sobre: letramentos; subjetividade, intersubjetividade e alteridade; polêmicas em discursos contemporâneos; discurso político. Suas pesquisas recentes têm enfocado práticas de escrita em diferentes campos de atividade e polêmicas presentes no discurso sobre ensino/aprendizagem de línguas e nas mídias. 
Publicado
2022-12-31